Aluna da UVA é exemplo de garra e perseverança

A aluna Fátima Aparecida do núcleo de Lagoa do Ouro vibrou quando soube que o seu grupo seria responsável por utilizar a dramatização como ferramenta de incentivo à leitura no I Encontro da Leitura, Literatura e outras linguagens, no município de Lagoa do Ouro, Pernambuco. O tema escolhido foi a inclusão de alunos especiais. Fátima, 50 anos, quer se especializar em educação especial.

Por vinte anos ela trava uma batalha diária para garantir uma vida digna a esta parcela da população, por possuir um caso de deficiência mental em sua família. Ela revela o seu entusiasmo num depoimento exclusivo ao blog do ISEAD:

"Quero poder ajudar na área. São crianças e adultos muito necessitados. Hoje em dia vemos muitos avanços nesta área, com a síndrome de down na pauta das discussões. Mas e os outros casos? Como a minha filha é portadora de deficiência, quero muito poder ampliar a ação, quero ajudar os portadores de todas as deficiências, as físicas, sensoriais e mentais."

Fátima encontrou na filha a energia e a garra necessária para voltar a estudar: "Eu já estudava pedagogia quando era mais jovem, mas houve um momento da vida em que a situação financeira do país caiu violentamente. Então, como eu venho de uma família muito simples, tive que parar de estudar para poder ajudar com as despesas de casa. E agora estou voltando à estudar graças à minha filha. Ela me deu a energia de explicar às famílias que uma criança especial pode ser querida, não merece ser renegada. No passado, era comum você ver casos onde essas crianças eram escondidas da sociedade, mas eu quero poder lutar pelo direito à cidadania que elas também possuem."

A apresentação de seu grupo contou a história de uma mãe que tenta em vão matricular seus filhos nas escolas regulares da região onde vive. Depois de ouvir muitos "nãos", ela encontra uma escola municipal onde uma professora dedicada, interpretada pela própria Fátima, explica à população e aos seus alunos a importância de respeitar as diferenças e contribuir para o seu crescimento enquanto cidadãos e seres humanos. Criativa, engraçada e tocante, a dramatização arrancou aplausos de todos os presentes. São de profissionais como a aluna Fátima que a educação precisa. Humana, humilde, guerreira. Temos certeza de que ela é um exemplo a ser seguido e motivo de orgulho para a nossa universidade!

Por Juliano Mendes da Hora (interino)