sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Frei Betto destaca papel da educação na formação de cidadãos críticos

Da RedaçãoAgência Pará
Autor de dezenas de livros, em sua maioria voltados à formação crítica do indivíduo, Frei Betto participou na tarde desta quinta-feira (29) da conferência “Organização da educação popular e participação na América Latina”, na tenda Irmã Dorothy, armada na Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). A palestra faz parte da programação do Fórum Social Mundial e reuniu um grande público, formado por representantes de movimentos sociais, educadores e manifestantes de causas populares.
Frei Betto dedicou sua fala à família da irmã Dorothy Stang, representada na conferência por três familiares. “Por todo seu trabalho em defesa de um mundo melhor”, disse. E ao se referir ao Fórum Socia Mundial, como contraponto à reunião de Davos (Suiça), falou que, ao chegar, avistou um bando de urubus, centenas deles com uma faixa com os seguintes dizeres: “estamos a caminho de Davos”. Em seguida, criticou o modelo econômico proposto pelos representantes dos países ricos. “Hoje tem presidente com vergonha de ir a Davos, porque a economia defendida por eles desabou”, constatou.
Para ele, este é um momento importante para a construção de um novo movimento, porque, segundo informou, nenhum fórum reuniu tanta gente como o que está acontecendo em Belém. “Nós somos um mundo possível, mas ainda não temos clareza de qual mundo queremos”. Em seguida, defendeu que o lema do fórum deveria ser “contra um mundo impossível”. Um mundo onde, segundo ele, 80% dos recursos são usados apenas por 20% dos habitantes do planeta, "sendo que os Estados Unidos, sozinho, absorve 30% disso”, informou.
Ele lamentou a falta de organização de grande parte dos setores sociais, a falta de renovação dos quadros nos movimentos e destacou o papel da educação na formação de cidadãos críticos, conscientes de seus direitos. Enalteceu o trabalho de Paulo Freire e conclamou todos para que voltem a utilizar os livros do educador brasileiro “guardados nas prateleiras”. “Precisamos levar a educação popular de Paulo Freire a cada bairro, a cada canto deste país, pois só assim conseguiremos criar um contraponto a esse modelo perverso e cruel”.
Ao ser perguntado sobre o que o FSM pode fazer para acabar com tanta injustiça, Frei Betto respondeu que o fórum serve como combustível, onde cada um vem para recarregar suas energias.
Por Tereza Vasconcelos - Seduc

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