Belém (PA) — A imagem de união e solidariedade marcou a reunião de cinco presidentes sul-americanos na noite desta quinta-feira, 29, no Fórum Social Mundial. No discurso de cada um deles, foi comum a idéia de mudanças e de alternativas para sociedades inclusivas.
Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, criar uma sociedade mais justa significa destinar mais recursos à educação. “A Petrobras descobriu muito petróleo. Queremos que uma parte dos recursos desse petróleo resolva os problemas da pobreza e da educação”, afirmou.
O venezuelano Hugo Chávez destacou que a eleição de presidentes de esquerda na América Latina reflete os desejos de mudança na região. “Não fomos impostos pelas elites. Somos presidentes graças ao despertar dos povos da América Latina”, destacou.
No mesmo sentido, o presidente do Equador, Rafael Correa, defendeu a adoção de políticas comuns para enfrentar a crise mundial. “A hora de mudança do paradigma dominante já foi iniciada na América Latina. Precisamos ter um projeto comum”, afirmou. Correa comparou o Fórum Econômico Mundial, que ocorre em Davos, Suíça, desde quarta-feira, 21, ao Fórum Social Mundial. Na visão dele, a solução para a crise está no que chamou de socialismo do século 21, que seria a um só tempo eficiente, justo e democrático.
“A esperança é que agora o norte também mude”, clamou o presidente Fernando Lugo, do Paraguai, em alusão aos países mais ricos. Para ele, as políticas adotadas na América Latina para resolver problemas estruturais precisam ser sentidas no dia-a-dia das pessoas comuns.
O boliviano Evo Morales, primeiro a discursar, propôs quatro campanhas como estratégia comum dos países da região: contra o capitalismo; por um novo modelo econômico; pela dignidade dos povos, especialmente cultural, e pela paz. “A crise nos apresenta uma oportunidade para construir um novo mundo”, ressaltou.
O presidente Lula destacou ainda que o desejo de mudança não é apenas dos povos da América Latina. Por isso, os norte-americanos elegeram um presidente negro, Barack Obama. “Quem diria que no país no qual mataram Martin Luther King elegeriam um negro?”, indagou. “Os mais pobres aprenderam a não ter mais intermediários para escolher seu presidente.”
Maria Clara Machado
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