Belém – Um espaço em que discussões ideológicas e reivindicações políticas se traduzem em brincadeiras, fantasias e oficinas. Enquanto políticos e membros da sociedade civil discutem novos rumos para a crise econômica ou a preservação do planeta, meninos, meninas e jovens cantam, dançam, conhecem novas possibilidades de profissão, debatem sobre a escola que querem, entre várias outras atividades lúdicas, pedagógicas e de inserção ao mundo do trabalho. Na tenda Curumim-Erê, durante o Fórum Social Mundial, que ocorre em Belém, no Pará, os direitos das crianças e adolescentes são o foco do trabalho.
“Nossas atividades convergem para afirmar os direitos das crianças, como o direito à educação, à saúde, ao esporte, ao lazer, à família”, ressalta a coordenadora da tenda e presidente do Conselho Estadual dos Direitos das Crianças e Adolescentes, Nazaré Sá, em relação ao estatuto da criança e do adolescente.
Nesta tarde de sexta-feira, 30, a professora e conselheira tutelar Irna Clei da Costa ensina meninas e jovens a fazer biojóias. São bijuterias criadas com peças da flora regional, como sementes de açaí, coco e palha. “Nossas oficinas servem como um pano de fundo para que as crianças e adolescentes se sintam protagonistas, capazes de desenvolver uma atividade com criatividade”, diz. Ela conta que as aulas também ajudam na inserção ao mercado de trabalho. “Muitos ex-alunos se tornaram artesãos.”
Numa atividade paralela, pais e filhos discutem como resolvem conflitos familiares sem violência, com base no diálogo. Já no pequeno palco principal, crianças apresentam orgulhosas um balé aprendido às pressas sob olhares impressionados e máquinas fotográficas atentas de mães, tias, avós. A dança abre o debate A escola que quero. O tema propõe que as crianças, seus pais e professores discutam como criar um ambiente escolar em que haja ensino atrativo e eficaz.
Às 18h30 do horário local (19h30 em Brasília), conselheiros tutelares de todo o país se reunirão para conversar sobre o controle social das políticas públicas voltadas para essa faixa da população. A tenda fica em frente à reitoria da Universidade Federal do Pará.
Maria Clara Machado
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