Ada Juliana
Não é difícil se deparar com discussões sobre a árdua tarefa de ser educador nos nossos tempos. Basta um pequeno questionamento a um profissional da categoria ou, ainda, uma breve visita numa sala de professores de uma escola qualquer, sobretudo, nos momentos de intervalo, onde lhes sobra um tempinho para um rápido bate-papo, em meio ao corre-corre do dia-a-dia, de escola para escola ou de incansáveis turnos seguidos, para que possamos identificar algumas das tantas inquietações, dos tantos anseios e frustrações que permeiam a vida desses profissionais.
Educar no século XXI parece ser uma das mais difíceis tarefas da humanidade. E qual o papel da escola na educação dos jovens? Qual o papel do educador? Esses são temas freqüentemente discutidos em todo o país. A instituição escolar tem sido, nas últimas décadas, responsabilizada pela educação doméstica de suas crianças e adolescentes e são vários os fatores que contribuem para que este fato se torne cada dia mais freqüente. A ausência dos pais no cotidiano dos filhos certamente é, dentre esses, o fator primordial. Os mesmos estão cada vez mais atarefados com seus empregos ou na batalha de conseguir um trabalho, ainda que informal, que lhe dê o sustento da família, e a educação de seus rebentos passa a ser entregue a terceiros ou, em maior escala, à própria sorte. Agora se têm de um lado crianças e adolescentes emocionalmente abaladas, o que as tornam demasiadamente intolerantes. Desconhecem o diálogo, rejeitam limites, regras. São ao mesmo tempo agressivas e sedentas de afeto. E do outro lado os educadores, vivendo uma situação antes desconhecida, se sentindo perdidos, amedrontados, no escuro. Agora também emocionalmente abalados, afinal são centenas de meninos e meninas com os quais têm que lidar todos os dias. E o que fazer? Por onde começar? Como contribuir na formação desses pequenos? Essas perguntas lhes têm tirado o sono.
Vários estudiosos têm buscado responder a esses questionamentos através de pesquisas de campo e as suas interpretações apontam quase sempre o mesmo caminho: O diálogo, o tratamento igualitário, o respeito e a tentativa de fazê-los compreender que existem regras e limites que devem ser respeitados para que o ambiente seja agradável e a convivência saudável, mas principalmente transformar a teoria em ações, atitudes reais e perceptíveis. Este talvez seja um bom ponto de partida.
* Ada Juliana - é professora de Língua Portuguesa do Estado de PE. Especialista em Formação de Educadores.
Fonte: http://tribunapopular.wordpress.com
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