DIARIO DE PERNAMBUCO
Jovens capacitam professores em Caruaru
UPE CONSULTORIA JR // Projeto de alunos de sistemas da informação leva esperança para os "mestres" que sonham dominar novas tecnologias
Lúcia Guimarães // Diario
luciaguimaraes.pe@diariosassociados.com.br
Enquanto as políticas públicas demoram a sair do papel em áreas como a educação tecnológica, ações isoladas podem ser a esperança para muita gente. Muitos professores que sonham dominar as novas tecnologias. Pelo menos é isso que tem acontecido em cidades que sonham com a tal inclusão digital. Em Caruaru, no entanto, uma inicitiva que estreou no último dia 1ª promete dias melhores para milhares de alunos e alunas da rede municipal da cidade, que terão seus "mestres" mais afinados com a tecnologia. Isso porque o campus da Universidade de Pernambuco de lá tem a UPE Consultoria Jr, uma empresa administrada por estudantes, sem fins lucrativos, que elabora e executa projetos que tragam benefícios para a comunidade caruaruense. O grupo acaba de estrear uma capacitação pioneira para os educadores das redes municipal e estadual da cidade.
"Tudo começou com a vontade de capacitar os professores. Fizemos visitas às escolas públicas da cidade, a fimde avaliar o nível de conhecimento dos professores, suas necessidades de aprendizado
Segundo ela, as aulas estão acontecendo nas escolas com o intuito de promover uma inserção na era digital; e conseqüentemente,tornar os professores e funcionários aptos a realizar seus trabalhos escolares aproveitando os recursos computacionais, ampliando ainda os horizontes de pesquisas com a internet. Durante o projeto, o grupo usa o software livre Linux e seu pacote BrOffice. Na prática, o melhor resultado: repassar o conhecimento adquirido aos alunos e alunas.
O curso com os educadores de Caruaru vai até o dia 20 de dezembro, quando haverá um grande encontro com todas as pessoasenvolvidas. As aulas acontecem na Escola José Carlos Florêncio (Rua Zeneide Maria dos Santos Vasconcelos, s/n, bairro Maurício de Nassau - Caruaru-PE). Eles podem usufruir dez computadores, com internet.
O "sonho" só foi possível graças à disciplina de gerenciamento de projetos, na qual os graduandos aprendem todo o embasamento necessário à elaboração de projetos, seguindo os padrões internacionais. A meta do programa é capacitar cem professores, e a iniciativa vai continuar em 2009, já tendo inclusive escolas cadastradas.
"Nós, enquanto universitários e empresários juniores, temos a consciência de que podemos levar algo construtivo para a comunidade. Estamos envolvidos diariamente com informática e essa é uma oportunidade de passarmos a nossa experiência para que esses professores possam também repassar para seus alunos. Enxergamos além, não vemos apenas professores e funcionários, mas o grande número de alunos que estão por trás deles. Assim beneficiaremos um público bem maior", diz a aluna.
Amélia explica que o projeto chegou a concorrer a uma bolsa de extensão na UPE, mas "infelizmente" o grupo não foi contemplado. "A nossa força de vontade e o desejo de que este projeto se realizasse falou mais alto para toda a equipe. Resolvemos executá-lo com investimentos próprios", afirma ela, empolgada com a nova possibilidade que surgiu logo em seguida, quando da publicação de edital do Ministério da Educação para projetos desse tipo. "Inscrevemos a iniciativa, pois queremos tentar recursos e apoio do governo para estender a ação a outras cidades como Toritama e Santa Cruz do Capibaribe", finaliza, reforçando que na cidade a iniciativa já tem pequenos parceiros e que qualquer parceria nova - privada ou pública - será mais que bem-vinda.
Serviço
UPE Consultoria Jr - www.upeconsultoriajr.com
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FOLHA DE PERNAMBUCO Tecnologia para superar limitações físicas |
Tárcio Fonseca |
O ser humano está sujeito a passar por limitações na vida, sejam elas de ordem física ou mental, temporárias ou permanentes. Superá-las é um desafio que deve ser encarado com otimismo. Uma das grandes facilitadoras para esse objetivo é a tecnologia. Novas soluções podem ajudar pessoas com diferentes tipos de necessidades especiais a interagir com o mundo, trabalhar, se locomover e, principalmente, se sentirem capazem. Foi com esta ótica que o Instituto Muito Especial realizou, entre os dias 4 e 7 de novembro, o 1º Congresso Muito Especial de Tecnologias Assistivas e Inclusão Social às Pessoas com Deficiência de Pernambuco. |
Foram discutidos no evento pontos como a responsabilidade e inclusão social, acessibilidade e mercado de trabalho, todos sob a temática da tecnologia para pessoas com deficiência. Entre soluções e idéias, as de algumas instituições chamaram mais atenção tanto pela funcionalidade como pela gratuidade ou custo acessível - pois equipamentos para pessoas com necessidades especiais ainda são caros para a maioria.
Um exemplo de órgão que se preparou para atender às pessoas com deficiência é a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. O gerente de Desenvolvimento e Suporte de Sistemas da Acessibilidade Brasil, Fábio Oshiro, apresentou as soluções adotadas na biblioteca. Foram adquiridos equipamentos modernos de impressão e conversão de textos para braile, lupas digitais, sintetizadores sonoros de texto, bem como a adeqüação total do site da instituição às regras W3C e WAI (regras mundiais para dar acessibilidade à internet). Além disso, ele e o professor e desenvolvedor Antônio Borges destacaram softwares nacionais criados para atender a portadores de deficiência que contam com uma grande vantagem: a gratuidade.
PAGOS
Alguns softwares pagos também fizeram sucesso entre os usuários que estiveram presentes no congresso. É o caso do deficiente visual Manoel Aguiar, que exibia em seu smartphone N95 o programa Talks, leitor de telas que dava possibilidade dele aproveitar os muitos recursos presentes no aparelho. “O Talks lê cerca de 90% do conteúdo que aparece no meu celular. Ele só não consegue ainda me dizer como são as fotos que tiro com ele”, brincou Aguiar. No computador, ele utiliza o Jaws, um leitor de tela para Windows. Os dois são softwares caros, custando entre R$ 1 mil e R$ 2 mil a licença.
Acessibilidade de páginas é analisada pelo Ases | |
FERRAMENTA do Governo Eletrônico é gratuita Um dos softwares interessantes é o Ases, um módulo validador de conteúdo acessível. Com o objetivo inicial de fornecer instrumentos que viabilizassem a adoção da acessibilidade pelos órgãos do governo, o Ases é uma ferramenta que permite avaliar, simular e corrigir a acessibilidade de páginas, sites e portais, sendo de grande valia para os desenvolvedores e publicadores de conteúdo. |
É um sistema gratuito disponível no site do Governo Eletrônico em versão para Windows e Linux. Ele funciona analisando o código-fonte das páginas, indicando erros e inadeqüações aos modelos de acessibilidade e-MAG do Governo Eletrônico e o internacional Web Content Accessibility Guidelines (WCAG). Além disso, o Ases também conta com um simulador de baixa visão, que inclui daltonismo, miopia e catarata.
De acordo com Oshiro, por enquanto, o Ases é gratuito, mas logo será um software de código aberto. “Estamos só esperando o processo burocrático para a liberação do código. A partir daí, o Ases se tornará livre para que outros desenvolvedores possam alterá-lo e adaptá-lo da forma que desejarem”, explica Oshiro.
Dicionário traduz palavras em Libras | |
SOFTWARE mostra como expressar frases com as mãos O site do Acesso Brasil desenvolveu um dicionário da Língua Brasileira de Sinais (Libras). O software, em sua versão 2.0, conta com uma extensa lista de termos classificados por ordem alfabética, assunto e posição das mãos. A partir de palavras da língua portuguesa, a aplicação mostra em vídeo a forma como sinalizar em Libras. O software mostra ainda o significado, classe gramatical, origem e a forma como encaixar o termo dentro de uma sentença, fazendo a conversão de uma frase inteira escrita para a linguagem de sinais. Além do serviço online, o usuário também pode entrar em contato com o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) para obter a versão do Dicionário de Libras em CD. |
Serviço
www.acessobrasil.org.br/libras
www.ines.gov.br
Deficiência motora conta com o microFênix
PRODUTO funciona através de um microfone e teclado
Também como iniciativa de Antônio Borges e do Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ, o microFênix é uma ferramenta criada para facilitar o uso de computadores por pessoas com deficiência motora. Ele funciona através de um microfone e teclado e obedece a comandos pré-configurados, que são acionados por um simples toque ou ruídos captados pelo microfone. As opções aparecem na tela e são seqüencialmente iluminadas por curtos períodos de tempo, bastando que o usuário indique a que desejar no momento. O programa também simula o uso de teclado através da mesma interface.
O software é gratuito e pode ajudar qualquer pessoa a se comunicar com o mundo usando o computador como grande intermediário.
Serviço
http://intervox.nce.ufrj.br/microfenix/
Mais de 20 mil usuários utilizam o Dosvox
PROGRAMA lê as informações na tela para os cegos
O Dosvox é um dos softwares brasileiros mais antigos visando apoio aos deficientes visuais. O início de seu desenvolvimento data de 1993, e, de lá para cá, o programa ganhou inúmeras atualizações. Ele funciona como um sistema operacional simplificado que lê as informações na tela para os cegos. De acordo com seu criador, Antônio Borges, do Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mais do que exercer um contexto educacional e de acessibilidade, o Dosvox também é uma ferramenta de entretenimento, contando com mais de 30 jogos e acesso à internet. Atualmente, o Dosvox já é utilizando por mais de 20 mil usuários.
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